quarta-feira, 19 de junho de 2013

Secretos desejos

Apareceres de repente
E tudo levas
A mente, a concentração
Provocas em mim um furacão...

E secretamente
Acendes o desejo em meu coração
Não sei o que é
De onde vem, para onde vai
Apenas que já não sou eu...

Fico leve como o ar
Histérica como uma miúda
Mas com desejos de graúda...

Quero abraçar-te e não sair dali
Prender-te no meu mundo
Despir-te num segundo
Fundir-me em ti!

Desejo-te e não te conto
Quero-te mas escondo
Olho-te quando no fundo quero dar-te um beijo...

terça-feira, 11 de junho de 2013

Aquela pessoa estranha

Entrou e falou do tempo,
Uma banalidade como tantas outras...
Odiava o silêncio e os momentos desconfortáveis
Tinha uma maneira engraçada de se aproximar
Mas ele nunca ficava
E de pessoa em pessoa saltitava...

Era uma pessoa linda
Todos gostavam da sua presença
Delicada e cheia de alegria
Mas nunca se dava a ninguém
Mantia a sua distância
Como um estudo...

As suas palavras eram breves
Pragmáticas
Verdadeiros momentos estranhos
Nunca deixava a conversa morrer
Parecia o silêncio temer...

Sempre a olhar para o relógio
Explicou educadamente o que se seguia
Levantou-se e despediu-se
Mais um momento de tensão...

As despedidas deixavam-na desconfortável
Ela odiava dizer "adeus"
E ele adorava fugir
Mas vai-se lá saber porquê
Ela simpatizou com ele...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O poema dela

Pouco falta para meio do dia
Ela acende o cigarro
Pára por alguns segundos
"É o primeiro de hoje"
Diz enquanto olha para o infinito...

Na realidade ela é um espirito livre
Quem a vê não a associa
A uma casa, uma família, uma vida
Para além dos académicos e intelectuais
Hobbies...

Sei que ela quer falar,
Quando fica assim parada
Dá para ler nos seus olhos
Ela quer falar
Mas o mistério que a envolve
E as interrogações
Deixam-na perdida no nada...

"Estou a ficar com moca do cigarro"
E sorri...
Sorri para esconder a noite mal dormida
E a busca por respostas.
Procuro palavras para dizer
Não quero invadir o seu espaço
Faço conversa fiada...

Mesmo sabendo que ela vai ficar ali parada,
Dizer meias palavras sobre o que a sobressalta
E omitir aquilo de que sente falta...

O cinzeiro fica meio cheio,
Ou meio vazio!
É hora de ir embora,
Ela volta para o seu mundo com um sorriso
E eu fico a pensar
Será que era só isto que ela queria falar?