sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Doença silenciosa

Consomes-me por dentro,
Sem avisar que vieste.
Destróis-me aos pouquinhos,
E deixas o meu coração aos buraquinhos.

Lá fora ninguém vê que chegas-te,
Ninguém vê que para mim é noite,
Ninguém repara que eu já não sou...
...eu

Sou uma mistura das duas,
As duas faces de uma moeda,
A lágrima e o sorriso...

Fico presa dentro de mim
Retraio emoções
Guardo pensamento
Bloqueio sensações.

E tu?

Consomes-me,
Queres travar-me, prender-me, amarrar-me!
Tornas o meu dia insuportável,
Impedes-me de viver...e de sorrir.

És uma presença que me faz sentir terrivelmente só!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Além

Sento-me na beira da minha janela e vejo o mundo...
Ali fico, idealizo, espero e desespero...
Queria uma rima fácil,
Daquelas que me enchem a alma,
Queria ser mais dócil
E nunca perder a calma...

Na minha janela há um abismo
Que me tenta inúmeras vezes
Talvez lá a rima seja fácil e me faça sorrir
Talvez no mundo do nada
Eu possa deixar de pensar...

Não sei porque procuro uma rima simples,
Quando para sorrir uma simples rima chega...
Mas gosto de complicar
Porque nada é fácil mas sei facilitar...

Continuo na minha janela
Lá em baixo as pessoas movem-se
Não se apercebem da minha existência
Serei Deus? Observo, estou presente e dou-lhes livre arbítrio...

Não é essa a imagem que temos d'Ele?!
Se calhar é preciso acreditar...
E eu sou apenas alguém que procura um sentido...





Margarida Alves
Lisboa 12/07/2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Para onde fui... de onde virei


O Sol desapareceu,
E subitamente a chuva começou,
O momento desvaneceu,
Mas o tempo não parou...

E eu?
Eu fiquei ali,
Não sabia nadar, falar, andar...
Apenas sentia o meu ser a sufocar.

A chuva aumentou,
E o vento levou,
A única esperança
Da brisa que alguém soprou...

E eu?
Perdi-me mais uma vez,
Fiquei sem saber para onde ir,
Pois já não sabia sorrir...

E subitamente!
Pedi um balão para voar,
Uma lufada de ar fresco para escapar,
Algo que me fizesse sentir
Que assim não posso desistir!



sábado, 12 de fevereiro de 2011

Agonia de viver

Sinto a garganta a fechar,
A respiração a findar,
A vida a latejar,
E o meu ser a enfraquecer...

Não sei que se passa,
Não me apetece sorrir,
Não quero falar,
Muito menos viver...

Quero gritar!
Preciso de chorar...
Enraivecer-me!
Fugir...
Voar!
Desaparecer...

Estou perdida no Caminho,
Deixada na Estrada,
E tudo à volta me chateia,
Estou farta desta Fachada!

Sinto a minha vida a passar,
E eu nela a nadar...
Sinto que vou Sufocar!
E esquecida ficar...

Pois já nem um poema consigo acabar...